ESCOLA MUNICIPAL SÃO SEBASTIÃO
POVOADO PIQUIZEIRO – BR 222 – SANTA INÊS-MA
SANTA INÊS-MA
2011
MONOGRAFIA
Essa monografia é um texto que se faz a descrição detalhada da comunidade envolvendo vários aspectos: históricos, geográficos, culturais, ocupacional, doméstico, organizacional e de saúde da comunidade Piquizeiro.
Esse trabalho está fundamentado no Programa Escola Ativa que orienta a construção da monografia da comunidade, tendo em vista conhecer melhor os sujeitos que moram e estudam no campo.
Para elaboração dessas monografias, os educadores da Escola municipal São Sebastião, localizada no pov. Piquizeiro na BR 222 motivaram os educandos, os pais e a comunidade de modo geral na coleta de informações sobre diferentes temas e a colaborar com relatos orais e, com documentos como fotografias, textos, entre outros, que ajudou a descrever aspectos de cada tema, com dados desde a fundação da comunidade como origem do nome, primeiros habitantes, entre outros aspectos.
A elaboração da monografia visa educar indivíduos com identidade pessoal e cultural, capazes de compreender a sociedade na qual vivem, de participar ativamente dela e de transformá-la, garantindo a sustentabilidade, a sua equidade e a sua autonomia.
1 ASPECTOS HISTÓRICOS
1.1 Origem as comunidade
A Comunidade começou a se desenvolver por meados de 1954, com a chegada de vários garimpeiros.
A comunidade conta com pouco mais de 200 habitantes, segundo dados do último Censo/IBGE. A economia é basicamente pecuária, registrando um grande rebanho, a agricultura é apenas de subsistência e é cortada pela Br 222, km 5, e por perto passa a Estrada de Ferro Carajás- EFC.
Pequizeiro é conhecido na região por suas excelentes festas, entretanto o ponto alto é o tradicional Festejo de São Sebastião, padroeiro do povoado, realizado todos os anos de 10 a 20 de janeiro.
Esta comunidade é para todos os moradores, ex-moradores, vizinhos, conhecidos e fãs deste povoado pequeno fisicamente, mais ENORME na hospitalidade e tranqüilidade.
(Comunidade Piquizeiro, cortada pela BR 222)
1.2 Origem do nome
( Pé de Pequi no Pov. Piquizeiro)
A origem do nome é bastante folclórica, dizem que naqueles longicuos tempos os tropeiros com destino ao Pindaré, parava pra pouso protegidos pelo pé de pequi (fruta abundante na região), quando perguntados onde haviam pousado diziam: lá no “Piquizeiro”.
1.3 Primeiros Habitantes
Os primeiros habitantes de Piquizeiro foram:
Olimpio Silva Chaves
Cleane Silva Matos
2. ASPECTOS GEOGRÁFICOS
2,1 Localização
Piquizeiro fica localizado na zona Rural do município de Santa Inês, BR-222 que liga a cidade de Santa Luzia a Santa Inês, limita-se ao norte com o pov. Colônia AG III, e ao Sul com o munícpio de Pindaré Mirim-MA, AO Oeste com o Pov. Santa Filomena- Santa Inês-MA e ao Leste com o Pov. Ladeira do gato no mesmo município.
2.2 Hidrografia
Nas proximidades da comunidade, corta uma ponte que desloca para o Rio Pindaré, sendo perene em seu baixo curso, esse igarapé como chama os moradores é utilizado pela comunidade para a pesca, banho e para matar a sede do gado e para utilidade doméstica como por exemplo, lavagem de roupas.
Há ainda vários açudes que ficam cheios no inverno e verão para o criatório de peixes.
2.3 Relevo
O relevo se apresenta com terras planas ligeiramente elevadas, formadas por terrenos sedimentares, cortados por pontes. O seu solo é raso e arenoso, rico em areia, material de uno na construção civil. Nas proximidades dos igarapés, prevalece o solo argiloso.
2.4 Clima
O clima é semi-árido, com temperatura elevada durante o ano, observando-se as maiores entre os meses de outubro e fevereiro, enquanto os mais a menos são junho, julho, agosto e setembro. As chuvas são geralmente torrenciais e irregulares no tempo e no espaço. O comportamento irregular das chuvas, tanto na sua intensidade como na sua distribuição, provoca periodicamente a ocorrência de secas prolongadas.
2.5 Vegetação
A vegetação predominante na comunidade é o babaçu, geralmente constituída por uma mistura de espécies, tais como pequi, manga, ingá, lanjeira, babana braba e capim.
Babaçu Pequi
Manga Banana Braba
Ingá Capim
3. ASPECTOS CULTURAIS
3.1 Lendas
A s lendas mais conhecidas entre os moradores são: a Loira do Cemitério, o Curupira e o Lobisomem.
3.2 Idioma
O idioma falado na comunidade é a Língua Portuguesa, com forte presença do dialeto rural.
3.3 Festas e comemorações
Antigamente, segundo os moradores mais antigos, tinha pastoril, cantoria, vaquejada que ainda prevalece na região, valsa escutada por rádio de pilha e festa de casamento. Atualmente as festas são nos bares nas proximidades do povoado.
3.4 Esporte
O esporte praticado é o futebol de campo (barro). Na comunidade há um campo oficial onde são realizados os torneios e campeonatos entre times de várias comunidades. Existem ainda campos menores para brincadeiras de bola das crianças e dos jovens, sendo a principal forma de lazer entre eles todas as tardinhas e nos fins de semana.
3.5 Músicas
Na comunidade, as músicas que se ouviam antigamente eram as de cantadores de viola que passavam pela região e faziam cantoria nas casas de alguns moradores e eram muito apreciadas por todos. Hoje as músicas que os mais idosos gostam de ouvir é os forrós pé de serra e cantorias. Já os jovens gostam de vários estilos como: forró, axé, rock, funk, sertanejo, romântica e gospel.
3.6 Religião
As religiões presentes são a católica e a protestante. A católica prevalece em sua maioria, existe uma capelinha na comunidade, onde os moradores frequentam todos os domingos para a Celebração da Palavra que será presidida pelo Sr. Geovane que o animador da comunidade e periodicamente existe celebração de missas presididas pelos padres da Paróquia de santo Antonio da cidade de Santa Inês, da qual a comunidade faz parte. No mês de janeiro é celebrada a festa do padroeiro São Sebastião, com missas, quermesses e procissões pela comunidade.
Quanto à religião protestante, existe uma Assembléia de Deus. Na comunidade há um número bem significante de evangélicos.
4. ASPECTOS OCUPACIONAIS
4.1 Fontes de trabalho
Antes as pessoas trabalhavam nas fazendas. Com o passar do tempo outras fontes de rendas foram surgindo na região como nas proximidades da comunidade está implantado uma Siderúrgica da Vale do Rio Doce, a maioria das pessoas fazem parte do quadro de pessoal da empresa, outros são funcionários da Prefeitura de santa Inês, outros são agricultores, piscicultores e pecuários (gado, porco e galinha).
As famílias da comunidade são de baixa renda e 95% das famílias são beneficiados com o Programa do governo Federal o “Bolsa Família”, que constitui-se numa fonte de renda para as famílias beneficiadas.
4.3 Pecuária
Algumas famílias cultivam a criação de gado, porco e galinha.
4.4 Indústria
No setor industrial há a empresa Siderúrgica da Vale do Rio Doce, que trabalha com a fabricação de minério de ferro.
Os minerais são obtidos por meio de processos que envolvem pesquisa geológica, abertura e operação de minas e processamento do material. Atualmente, a Siderúrgica produz minério de ferro, pelotas, níquel, fertilizantes, cobre, carvão, cobalto, manganês e ferro-ligas.
( morador da comunidade Piquizeiro na Siderúrgica)
4.5 Como é o mercado
Funcionam apenas 02 mercearias, popularmente chamadas de quitandas, e 01 bar, quando a os moradores querem fazer compras (feiras, vestimentas, etc.), se deslocam até a cidade mais próxima (Santa Inês).
4.7 Meios de transporte
Os meios de transportes utilizados pelos moradores são: carro, moto, bicicleta e carroça. Quando necessita ir à cidade, eles utilizam os carros de linha (taxe - vam) que percorre Santa Luzia/Santa Inês.
5. ASPECTOS DOMÉSTICOS
5.1 Moradia
Casas do Programa Minha Casa Minha Vida Casa de Taipa (barro) Casa de alvenaria (tijolo)
Os tipos de casas presentes na comunidade são de taipa (barro) e alvenaria (tijolo), prevalecendo em maior número as de taipa. Atualmente essas casas já estão sendo substituídas por outras de alvenaria através do Programa “minha Casa Minha Vida”, do Governo Federal, que visa erradicar esse tipo de casa típicas da zona rural.
5.2 Alimentação
As pessoas adquirem produtos alimentícios nos supermercados da cidade e também nas mercearias da própria comunidade. Há também alguns alimentos que são extraídos da agricultura cultivado no período de chuva, como: arroz, milho, feijão, amendoim, fava, mandioca, batata doce, quiabo, cebolinha, tomate, coentro e vinagrete.
5.3 Vestuários
Os moradores acompanham a moda atuais como vestidos, blusas decotadas, shortes, sandálias e calças.
5.4 Eletrodomésticos
Os moradores, na sua grande maioria possuem em casa televisão, aparelhos de DVD e som, geladeira, fogão, sofá, mesa com cadeiras. Más poucos possuem máquinas de lavar e computador. A maioria possuem telefone fixo ou aparelho de celular.
6. ASPECTOS ORGANIZACIONAIS DA COMUNIDADE
6.1 Associação de moradores
Existe uma associação de moradores na comunidade que tem como objetivo solucionar os problemas existentes na comunidade junto às autoridades.
6.2 Sindicato dos Trabalhadores Rurais
A maioria dos moradores são associados ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais que tem sede na Cidade de santa Inês, prevalecendo e fortalecendo os direitos a aposentadoria dos moradores tanto por idade quanto por validez, como relatou um dos moradores.
7. ASPECTOS DE SAÚDE
7.1 Procedência da água
A água chega até as casas dos moradores, de um poço artesiano, através de encanação feita pela Secretaria de Obras do Município de Santa inês, periodicamente é trocada a caixa d’ água e feito vistoria pelo agente comunitário de saúde da própria comunidade.
7.2 Locais onde as roupas são lavadas
As roupas são lavadas em casa e a água escorre em pequenas valas a céu aberto, no inverno muitas pessoas lavam roupas nos igarapés.
7.3 Destino dado ao lixo
O lixo é jogado pelos moradores em local aberto por trás de suas respectivas casas para depois ser queimados.
7.4 Serviço Médico
Quando precisam de atendimento médico, as pessoas procuram o hospital mais próximo (Hospital Tomás Martins) na sede do município. Se for caso de emergência vão para o SPA (Hospital Menino Jesus) na cidade.
7.5 Vacinação
Como a comunidade não posto, a população é vacinada na casa de Agente de saúde, pelos Auxiliares de Enfermagem.
7.6 Doenças mais comuns
As doenças mais comuns na comunidade febre, colesterol, diabete e infecção intestinal.
As pessoas utilizam no tratamento das doenças mais comuns o soro caseiro, chá de ervas medicinais, lambedor de ervas e remédios farmacêuticos.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A monografia é um instrumento do Programa Escola Ativa que favorece o conhecimento de todos ao aspectos da comunidade onde os alunos estão inseridos. Pretendemos fazer a atualização, a cada ano letivo, das informações contidas neste documento e incluir outros aspectos, como por exemplo, a história da Escola, números de habitantes e etc. Espero que essa publicação possa ajudar aqueles que tem dificuldades em fazê-la e gostaria de dizer que, fazer esse trabalho junto com os alunos foi muito gratificante, além de ter favorecido o estreitamento da relação escola e comunidade. Valeu a pena!
EDUCADORES DA ESCOLA
DIRETOR
Aguimar Silva Costa
PROFESSORES
Antonio José Pereira Cruz
Antonia Oliveira Costa
